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EDITORIAL


        BRAZILIAN JOURNAL OF EMERGENCY MEDICINE   VOLUME 02 | NÚMERO 2 / 1           DOI: 10.5935/2764-1449.20220010



             EDITORIAL














             Frederico Arnaud
             Editor chefe


             A Medicina de Emergência e a saúde pública

             O Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido com um dos mais importantes sistemas de saúde pública do mundo. Incluiu
             brasileiros que antes viviam sem uma nenhuma cobertura e sem a possibilidade de um atendimento. Embora ele seja importante
             em várias frentes e tenha alcançado sucesso em vários projetos com AIDS, combate ao cigarro, sistema de vacinação e
             muitos outros, mas, é na área da Medicina de Emergência onde ele mais se expõe e demonstra claramente suas fragilidades.
             É extremamente desanimador verificar que hoje ainda estamos discutindo os mesmos problemas que discutíamos há trinta
             ou quarenta anos. Hospitais com emergências superlotadas, pacientes acomodados em macas e cadeiras de plásticos, mortes
             evitáveis "A GRANEL”, falta de medicamentos, falta de equipamentos, profissionais em número insuficientes. Emergências
             são transformadas em UTI's improvisadas, sem falar na ausência de profissionais qualificados. Além de tudo isso ainda temos
             a precarização do trabalho médico que insiste em fornecer a população a contratação de instituições de caráter duvidoso,
             considerando apenas o valor mais irrisório de contratação. O que acontece com esse sistema? Falta dinheiro? Falta gestão? O
             que falta para encontrarmos uma saída, que deixe de impor as nossas inteligências um dissabor tão imenso e tão constante.
             O que falta?
             Na contramão dessa triste realidade, em 2016 as instituições criaram uma especialidade médica no olho do furacão, bem no
             centro desse caos sem nenhum controle. Complexa por se só, e ainda vítima dessa situação, a Medicina de Emergência no
             Brasil tenta se consolidar buscando de todas as formas apresentar soluções para sobreviver dentro dessa guerra. Residências
             são abertas, profissionais estão sendo formados de dentro da crise para ajudar a resolver a crise. Corredor não é leito, sala
             de parada não é UTI. Até quando permaneceremos com essa situação desumana, incompatível com a atividade médica,
             descaracterizando uma especialidade extraordinária que é a Medicina de Emergência. O Emergencista tem que recuperar sua
             EMERGÊNCIA, cumprir seu papel num bom atendimento e transferir esse paciente para o local mais indicado. Estamos nessa
             luta e precisamos avançar, e para isso precisamos fortalecer nossa entidade ABRAMEDE para que ela possa atuar de forma
             enfática e decisiva na resolução destas questões. Estamos atrasados, muito atrasados.
             Mas, não vamos desistir jamais, vamos sempre REBRAMAR para os quatro cantos desse país.
             Emergência já, Amor pra sempre

             Frederico Arnaud

             Editor chefe



















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