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Sabe-se que a lesão cerebral hipóxico-isquêmica é a principal causa de morte em pacientes que foram reanimados após PCR. Durante a reanimação cardiopulmonar (RCP), o cérebro é exposto à hipóxia, e quando ocorre o retorno a circulação espontânea (RCE), a reperfusão pode causar mais lesões. Pacientes comatosos pós PCR, exigem o uso de ventilação mecânica invasiva. Em estudos observacionais e modelos animais de PCR, a oxigenação liberal tem sido associada a um aumento do risco de encefalopatia isquêmica e morte, o q sugere que a hiperóxia piora o dano cerebral. Por outro lado, a oxigenoterapia mais restritiva pode aumentar o risco de hipóxia tecidual.

Este artigo faz parte do BOX trial, um estudo randomizado, aberto, que avaliou alvos de oxigenação (restritivo ou liberal) em pacientes comatosos pós PCR.

Com N de 789 pacientes reanimados em PCR extra-hospitalar, dividos em 2 grupos: oxigenação restritiva (PaO2 de 68 a 75 mm Hg) e oxigenação liberal (PaO2 de 98 a 105 mm Hg). O desfecho primário foi morte por qualquer causa ou alta hospitalar com incapacidade grave ou coma, (o que ocorrer primeiro) dentro de 90 dias.

Resultados: Em 90 dias, ocorreu óbito em 28,7% dos pacientes no grupo de oxigenação restritiva e em 31,1% dos pacientes no grupo de oxigenação liberal.

Conclusão do autor: Direcionamento de uma estratégia de oxigenação restritiva ou liberal em pacientes comatosos após RCP resultou em uma incidência semelhante de morte ou incapacidade grave ou coma.

Referência: (SCHMIDT et al., 2022)

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