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A intubação por sequência rápida (ISR) é o método mais utilizado para pacientes que necessitam de intubação orotraqueal (IOT) no contexto de emergência. Os bloqueadores neuromusculares (BNM) de escolha são a succinilcolina e o rocurônio. O uso da succinilcolina apresenta contraindicações e efeitos adversos não relatados com o uso do rocurônio.

O artigo desta semana é o CURASMUR trial um ensaio clínico multicêntrico, randomizado que procurou avaliar a não inferioridade do rocurônio em relação à succinilcolina para IOT no ambiente extra-hospitalar.

Com cerca de 1.226 pacientes que completaram o estudo, o número de pacientes com sucesso na primeira tentativa de intubação foi de 455 de 610 (74,6%) no grupo rocurônio vs 489 de 616 (79,4%) no grupo succinilcolina, que não atendeu aos critérios de não inferioridade. Os eventos adversos mais comuns relacionados à IOT foram hipoxemia e hipotensão para ambos os grupos em percentuais semelhantes.

Conclusão do autor: “Entre os pacientes submetidos à intubação orotraqueal em um ambiente de emergência extra-hospitalar, o rocurônio, em comparação com a succinilcolina, não demonstrou não inferioridade em relação à taxa de sucesso da primeira tentativa de intubação”.

Análise: Com a dose adequada e o paciente efetivamente paralisado, o agente BNM não deve ter tanta influência sobre a taxa de sucesso na IOT. Deve ser analisado, cada paciente individualmente, para a escolha mais adequada da droga considerando as contra-indicações, efeitos adversos e tempo de apneia mais seguro.

Referência: (GUIHARD et al., 2019)

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