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O artigo de hoje investiga a incidência de bradicardia durante a intubação rápida (ISR) em pacientes pediátricos, analisando o impacto do uso de atropina como medicação pré-tratamento. Historicamente, a atropina é utilizada em certos perfis de pacientes classificados como “alto risco” para esse evento segundo as diretrizes de 2015 do Pediatric Advanced Life Support (PALS). Nesse grupo, talvez a principal indicação seja o uso de succinilcolina como bloqueador neuromuscular. Esse estudo foi realizado em um centro único, de modo retrospectivo e observacional. Houve a inclusão de 62 pacientes com até 18 anos.

Os resultados mostraram que 4,8% dos pacientes evoluíram com bradicardia durante a intubação. 24.2% receberam atropina antes da ISR, a incidência de bradicardia foi semelhante àqueles que não receberam o medicamento. Observou-se um aumento no uso de atropina ao longo do período do estudo, mas apenas 29% dos pacientes atendiam aos critérios para o uso da atropina segundo as diretrizes.

Conclusão do autor: A incidência de bradicardia em pacientes pediátricos submetidos à ISR é baixa e o uso de atropina não influenciou significativamente essa incidência. Os resultados sustentam a recomendação do PALS de limitar o uso de atropina como medicação pré-tratamento na intubação pediátrica. Apesar do uso crescente de atropina observado, esse aumento não estava de acordo com as diretrizes atuais. Os autores sugerem que são necessários estudos maiores para determinar melhor a utilidade clínica da atropina em ISR pediátrica.

Referência: doi:10.1097/PEC.0000000000002452

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