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O traumatismo cranioencefálico (TCE) é caracterizado por trauma local e/ou regional inicial com edema seguido por lesões secundárias resultantes de reações inflamatórias subsequentes. Hipóxia, hipotensão e hipotermia são os principais fatores dessa lesão secundária e são alvos de muitas intervenções terapêuticas. Administração de oxigênio é uma manobra com importância indiscutível, porém a administração de oxigênio em excesso das necessidades fisiológicas é comum e leva à hiperóxia.

O artigo dessa semana é estudo de coorte multicêntrico que envolvia pacientes gravemente feridos por trauma para avaliar a associação entre hiperóxia e uso de oxigênio suplementar e mortalidade intra-hospitalar em pacientes graves com e sem TCE. O desfecho primário foi a mortalidade intra-hospitalar. Os desfechos secundários incluíram a proporção de tempo gasto em hiperóxia (definida como SpO2 > 96%) e dias sem ventilação.

Conclusão do autor: Este grande estudo de coorte multicêntrico demonstrou que a hiperóxia é mais comum e associada a um maior risco de mortalidade em pacientes com TCE gravemente enfermos em comparação com pacientes sem TCE gravemente enfermos. Pacientes graves com TCE passaram uma proporção significativamente maior de tempo em hiperóxia em comparação com pacientes graves sem TCE.

Referência: Douin et al, 2023.

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